sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Autora Entrevistada: SHEILA RIBEIRO MENDONÇA

Sheila Ribeiro Mendonça
Sou jornalista há 12 anos, e, justamente escolhi esta profissão por conta da minha enorme paixão pela escrita. Tudo, desde pequena me inspira, claro que com o passar dos anos fui evoluindo com as palavras e sensações. E foi que no início da idade adulta escrevi o meu primeiro romance. 
Cabra Cega é a oura ficção, embora, algumas pessoas possam se ver na história, mas a intenção da obra é apenas fictícia.
A escrita, definitivamente, é o ar que respira. Algo que me move, e muitas vezes é até maior do que eu mesma, assim fazendo com que, em qualquer lugar ou situação que me encontre, pegue um papel e caneta, e deixe a inspiração que chega fluir em palavras, e sem a pretensão de transformar num texto perfeito, apenas escrevo e sinto um enorme prazer com isso. Escrevo simplesmente com o coração, e com a inspiração que Deus me dá, e assim que escrevi esse romance na certeza de que sigo no caminho da arte de escrever.
Cabra Cega ficou guardado na gaveta por muito tempo, e somente agora, aos 36 anos, sinto que chegou a hora do meu primeiro filho nascer, mas é somente o primeiro de muitos outros que virão.

ENTREVISTA

1. Como foi o seu início nesse universo literário? Após este ponto de partida, quais foram as dificuldades e colaborações que você teve para publicar seu primeiro livro?
Bem, escrevi "Cabra Cega" com 18 anos e só publiquei aos 35, porque as editoras cobravam muito caro e eu não tinha condições. Aí um belo dia o meu irmão, assistindo um jornal na TV, descobriu o Clube de Autores, primeira plataforma de autopublicação gratuita na internet e a maior da América Latina. Bingo! Foi a oportunidade que eu precisava. Registrei a história, revisei, contratei capista, fiz a diagramação e publiquei. Sonho realizado, nesses quase 6 anos de lançamento muitas pessoas me ajudaram. E tive muitas surpresas vivendo experiências que nunca imaginei, entre elas ficar em terceiro lugar no concurso II Prêmio Clube de Autores da Literatura Contemporânea, em 2011, fazer parceria com vários blogs literários excelentes, várias entrevistas, inclusive em Rádio, participar de eventos literários, fui ganhando o meu espaço e comecei a ser convidada também para participar de antologias. Estou no "Romances em Contos"; "Encontros & Desencontros" e "Romances em Contos 2", e vem mais por aí.

2. Como surgiu a ideia inicial para a criação da trilogia "Cabra Cega"?
"Cabra Cega" não é trilogia, ele é filho único, não terá continuação. Surgiu depois que assisti ao filme "Dormindo com o Inimigo" me encantei com as mil possibilidades de construir um vilão, fiquei dias com isso na cabeça, estava entrando na faculdade de jornalismo e todo aquele clima de textos e criações me fez colocar pra fora tudo que eu desejava com o meu filho literário.

3. Existe algum trecho de "Cabra Cega" que você se impactou bastante ou alguma experiência interessante ao escrever,que queira compartilhar conosco?
Sou uma autora que chora e ri enquanto cria a própria história, mas confesso que com "Cabra Cega" não me lembro do que senti, parecia psicografia, sabe? Quando sentei para escrever fiz em 3 ou 5 dias, também o livro é curto. Ahhhhh e como foi construído aos meus 18 anos e isso lá vai fumaça, ele foi escrito na máquina des escrever. kkkkkkkkkk não existia computador, amiguinhos, muito menos internet. :) De lá pra cá muita coisa mudou na Sheila autora, fiz cursos, aprendi técnicas, criei manias para criar, mas sempre deixo a minha inspiração e emoção me comandarem a qualquer hora. "Cabra Cega" tem muitas passagens fortes, mas na hora que escrevi não senti nada.

4. Sheila, qual a sensação de ver seu trabalho ter várias críticas positivas, elogios sobre sua forma de escrever e transportar para o papel? Como você descreve esse sentimento e esse meio de parcerias que os blogs, sites e vlogs oferecem aos autores?

Primeiramente quero aproveitar a oportunidade dessa sua pergunta para mais uma vez agradecer a todos vocês blogueiros, vlogueiros, youtubers, e afins, vocês nos ajudam muito. Claro que encontramos pessoas ruins no meio, porque a vida é assim, feita de pessoas ruins e boas em tudo que é canto que o ser humano se colocar. Faz parte! Mas eu não posso reclamar não, sou muito bem tratada e respeitada. Quanto à sensação de ver o meu trabalho recebendo críticas positivas é maravilhosa e muitas vezes até emocionante. Recebo muitos recadinhos de leitoras dizendo que "mudei a vida" delas fazendo com que elas vissem que poderiam sair do que viviam. Podiam principalmente recuperar a sua autoestima e isso não tem preço que pague.

5. O importante e amado Monteiro Lobato diz que um país se faz com homens e livros, aproveitando essa levada, se o Brasil dependesse de uma específica leitura para os homens se espelharem em "reconstrução", qual livro você indicaria nesse devaneio para um novo país e por que?
Minha nossa, moço, que pergunta difícil! Ui! Não faço ideia... rsrsrs O que posso responder é que quanto mais os livros chegarem para todos, mais pessoas interessantes nós teremos, mais pessoas a fim de também conquistarem seus sonhos, iguais aos personagens que amam, nós teremos. E pessoas felizes significa uma sociedade feliz, culta, que faz acontecer.

6. Além dos livros que você já tem publicado, o que podemos esperar para 2016? Novas obras suas estão por vir?
Ah estão sim, com certeza. Não paro mais não. Só estou com uma enorme dificuldade de conciliar a minha vida de revisora de texto com a vida de escritora. Mas esse ano eu lanço com certeza "Deserto de Escolhas", um livro de contos sobre compulsões. Ano que vem tem "Mar Revolto", meu primeiro romance homoafetivo.

7. ALGUMAS editoras renomadas estão apostando em obras nacionais com mais força, em comparação há três, quatro anos atrás. O que você tem a nos falar sobre isso? Você acha que os leiteiros brasileiros estão começando a valorizar a literatura nacional com mais intensidade ou existe outro campo nesta jogada, que nós desconhecemos, por exemplo:questão financeira (Menor custo para publicar um nacional em comparação há um livro estrangeiro.)?
É verdade, elas estão mesmo. O que é sempre muito bom, sou uma autora que não critica nem um tipo de gênero publicado, porque tem leitor para todos os genêros e o importante é que as pessoas leiam, quanto mais se lê mais as pessoas querem ler. Com certeza o número de leitores no Brasil modificou, aumentando, mas ainda é muito pouco, não podemos achar que as grandes capitais, como RJ e SP, são parâmetros para medir a leitura no país porque o acesso aos livros ainda é muito ruim para a maioria de nossa população. Hoje em dia existem muitos projetos literários que fazem parceria com autores assim levando os livros para um público que não teria outra oportunidade para ler. Isso é lindo e importante. Quem faz isso muito bem é a querida Sandra Alvarenga do "Mãos Amigas". Quanto aos preços dos livros, realmente ainda é salgado, mas eu sei que são muitos profissionais envolvidos até um original virar livro e chegar nas mãos das pessoas e o autor mesmo ainda ganha pouco em cima dos exemplares. Mas também tem a Amazon com preço muito mais em conta e ainda vejo muita preguiça em dar oportunidades aos autores nacionais. O chato é quando vivem pedindo livro pra gente dizendo que é caro, mas na mesma rede social que pediu pra gente vivem divulgando os mil livros e e-books estrangeiros que compraram. Isso é bem chato.

8. Qual o seu maior sonho e sua maior gratidão?
A minha maior gratidão é aos meus leitores, ao amor que eles me demonstram, aos olhinhos brilhando num evento pra falar comigo, a emoção em um abraço, a vergonha pra pedir um autógrafo, a cartinha feita com carinho, a vontade de me procurar para dizer o que achou do meu livro, o desejo de dividir comigo a vidinha deles, porque se identificaram com os meus personagens... Claro que eu trato logo de mostrar que não sou melhor que ninguém, mas vejo nessas reações amor e admiração e sou grata por conseguir isso através do meu trabalho. Já o meu maior sonho é viver da literatura, focar somente nela, nos meus livros e principalmente poder viajar pelo país divulgando os meus filhos.

9. Quais os seus livros preferidos da vida?
Quando criança Monteiro Lobato fez a diferença na minha vida, já adolescente "Escaravelho do Diabo" foi o livro. E adulta são muitos, Dan Brown, Sidney Sheldon, Agatha Christie, Zibia Gasparetto, outros autores espíritas, livros de autoajuda, biografias, e os autores amigos, claro. Temos muitos autores nacionais maravilhosos. É muito bom ler, gente. Bom demais! Eu leio muito!

10. Por fim, qual dica ou conselho você deixa para quem deseja iniciar uma carreira como escritor?
Primeiramente que ame escrever. E claro fundamental que goste de português, de ler, de estudar, e que não ache que ser escritor é viver de glamour, porque isso não existe. Escritor é trabalho, é profissão, é ralação, é perder noite, é revisar, revisar, revisar e revisar o que escreveu. Para ser escritor tem que obrigatoriamente gostar de português, vejo como revisora de texto e jornalista, muitas pessoas querendo viver dos livros, mas detestando o português e acho sinceramente que a conta no final não bate. E o estudar é muito importante sim, aprender técnicas e saber desenvolvê-las só vai agregar no seu livro. Eu vivo fazendo cursos na área, se não tiver condições de fazer curso é só procurar vários vídeos no YouTube sobre o assunto. Os autores Tammy Luciano e Edson Gomes mesmo são dois dos vários que dão mil dicas, é só querer aprender. Tem que ter tesão pelo que se faz pra fazer com que os outros sintam prazer. Ahhhhhhh e nada de dizer que tem preguiça ou que não gosta de reler sua história, que ler uma vez tá bom, não precisa mais. ERRADO! Uma das coisas que mais fazemos é reler, reler e reler. Autor que não gostar de reler o que escreveu tem que procurar outra profissão. E o glamour que citei no início da minha resposta nem vou comentar, mas já recebi e-mail de gente querendo ser autor e me perguntando se o glamour chega logo. Minha nossa! Onde tá esse tal de glamour que não fui apresentada até hoje? Será que ainda vem? Será que é de comer ou de beber? Doce ou salgado? Sei lá...

Amada, muito obrigado por nos conceder essa entrevista maravilhosa. Você e seu trabalho são incríveis. Como já te disse: sou seu fã. Deixo esse último espaço para você nos deixar qualquer recado. A palavra é toda sua, Sheila.
Obrigada, meu querido, pelo carinho, pelo espaço e oportunidade. Isso que vocês blogueiros literários fazem é muito importante, porque esse contato e troca com os nossos leitores, e com os novos que sempre chegam depois das divulgaçãoes, é muito importante para o nosso crescimento pessoal. Não há nada melhor para conhecer a si mesmo do que se relacionar. Adoro. E para os leitores do Corujando nos Livros quero dizer para vocês não desistirem dos seus sonhos, sejam eles quais forem. Não escutem os vampiros que irão menosprezar os sonhos de vocês, escutem o sonho de vocês, mas façam acontecer, porque do céu só cai chuva. :) Beijo, beijoooooooooo em todos!

Confiram o que eu achei sobre Cabra Cega aqui no blog. Clique na imagem ao lado e você será direcionado para a minha resenha deste livro.






Um comentário:

  1. Adorei, meu querido, muito obrigada e vamos que vamos! rsrs
    Beijo, beijooooo
    She

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