Título: Querubins - a balança do coração
Autora: Martha Ricas
Número de páginas: 267
Ano: 2016
Editora: CoerênciaSinopse: A querubim Ashira é enviada para a bela cidade de Florença, na Toscana renascentista. Apesar do lugar exalar arte, beleza e romance, ela precisará adentrar nos segredos mais profundos dos corações de seus moradores, sendo enviada para a casa dos governantes implacáveis, os Médici.
Tudo se complica quando Ashira conhece o jovem pintor Lucca, que se encanta por ela e a jovem Graziella di Médici, a herdeira temperamental para a qual trabalha disfarçada de dama de companhia.
Belos cenários, intrigas familiares e romances proibidos marcaram o solo italiano e impactarão o leitor nesta nova inserção querubim.
Esse livro é o segundo romance de Martha Ricas que, com sua escrita intensa e sofisticada, traz aos leitores seus formidáveis devaneios envolvendo anjos, demônios, guerras, esperança e mensagens de amor.
Desta vez, a história é protagonizada por Ashira, esta que já nos foi apresentada através de outras obras da autora. A querubim já teve uma breve aparição em "Querubins, a sentença da espada", onde lutou ao lado de Chaya e Salatiel contra demônios num ritual de horror/casamento na Inglaterra Vitoriana; e, em "O anjo e o leviatã" - conto que compõe a antologia de dezoito contos de Dark Fantasy, sob o título Criaturas do submundo -, a querubim protagonizou a missão de salvar o povo de Thornwall de um grande mal, onde o seu inimigo maior era a criatura histórica-mitológica conhecida como leviatã.
Agora, em "Querubins, a balança do coração", ela recebe de Uriel, seu general nas regiões angelicais, a missão de descer à Florença do século XVI, na Itália, para ser instrumento de esperança e restauração para corações que necessitam de ajuda divina.
A história nos coloca diante de uma ambientação, demasiadamente, artística e bela, onde os perfumes das flores alegram a cidade e as cores usadas pelos artistas, nas pinturas, enriquecem a vida de quem residencia ali, mas a vida perfeita estava remota de Florença, pois a família Médici governava com soberba, prepotência e injustiça. A repugnante reputação dos líderes da cidade tinha uma origem regida e controlada por seres malignos.
Por tais situações, Ashira, a querubim conhecida como Canção Cortante, acaba se infiltrando no meio da realeza, como dama de companhia da princesa Graziella di Médici para orientá-los à libertação de mente e coração e para evitar que uma grande e futura guerra se agravasse.
"É justamente seu olhar diferente sobre as coisas que pode alterar os pesos da balança, Graziella. Se ela tem pendido para a corrupção e violência, uma Médici honesta e inteligente pode fazê-la se virar para a paz e simplicidade. Precisa encontrar a verdadeira essência de seu coração..." (Página 84)
Porém, o plano inicial da querubim não trilha um caminho reto e acaba trazendo consequências marcantes para muitos.
Amores proibidos, guerras, dor, mortes e restauração se misturam e resultam em algo extremamente tocante para os personagens e para os leitores que acompanham tudo com muita emoção.
Me identifico bastante com Ashira, pelo fato de compaixão, amor e arte serem suas características cruciais. Ela, realmente, tem uma perspectiva diferente dos demais querubins e isso não a denota como mais frágil. Para cada tipo de guerra, deve-se usar as armas corretas. Precisamos ser sábios nos momentos em que a vida nos prega peças inesperadas.
"É preciso ter um bom coração para saber quais batalhas lutar e como vencê-las". (Página 127)
A história passa uma formidável mensagem de altruísmo, esperança e fé (Me emociono só de lembrar o povo entoado a canção como um lindo coral). É como diz Dumbledore: "A felicidade pode ser encontrada inclusive nos momentos mais escuros; só é preciso se lembrar de acender a luz".
"Humanos são contraditórios, é fato, mas podem ser as mais belas criaturas de Deus quando abandonam a escuridão". (Página 240)
Em "Querubins, a balança do coração", alguns personagens rumam para situações que não desejo nem para os meus inimigos, outros entram no progresso da aprendizagem e uns colhem das boas sementes que plantaram.
Assim é a nossa história! Passamos por diversas etapas, níveis e situações. Mas nunca devemos esquecer de ter esperança, pois a primavera virá.
"De fato, a Providência Divina é maior do que podemos compreender". (Página 118)
Os resultados dependerão de nossas posições e atitudes, pois somos frutos de nossas escolhas.
Falando um pouco sobre questões editoriais, sabemos que, na maioria das vezes, as editoras capricham nos livros dos autores que vêm de fora. Não sou hipócrita de dizer que eu não gosto, pois admiro tê-los em mãos e na minha estante. Com isso, quero expressar a minha grandiosa felicidade por visualizar um livro tão bem produzido e, ainda por cima, NACIONAL. Um livro muito bem diagramado, onde nos dá uma fonte e espaçamentos confortáveis ao ler. Um livro com uma arte extraordinária, dando prazer em admirá-lo. Isso é honra! Honra com o autor brasileiro, com os leitores e com os próprios profissionais envolvidos.
Pela história, pelo trabalho de alto nível dessa escritora surreal, pelo capricho da editora e pelo amor que tenho ao ler bons livros, eu os recomendo: Querubins - a balança do coração. Voem e comprem os seus exemplares.
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