quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Entrevista com Débora Knittel e Érica Falcão

Autoras da trilogia Eclipse da lua azul contam que ficaram surpreendidas com a inspiração que tiveram, em comum, durante estarem em continentes diferentes para o nascimento da história.

Débora Knittel e Érica falcão são autoras da trilogia de ficção fantástica Eclipse da Lua Azul, cujo os títulos dos livros são: Eclipse da lua azul, Templo de gelo e Raízes de luz; todos lançados pela Solisluna Editora.
1. Meninas, nós sabemos que vocês nasceram em cidades diferentes, porém, atualmente, ambas vivem na Bahia com uma amizade desde a adolescência. Matem a nossa curiosidade (risos), falando um pouco como vocês se conheceram e como perduram essa amizade.
Débora Knittel - Nasci em Santos/SP e vim para Salvador, com meus pais e irmão, aos 8 anos. Eu e Quinha nos conhecemos ainda jovens e conseguimos manter a alegria dessa fase onde compartilhamos momentos incríveis com amigos que mantemos contato até hoje. Mesmo com personalidades diferentes, temos muito respeito e carinho uma pela outra. Para realizarmos a trilogia, contamos com nossa determinação e um toque lúdico (inspirado pelos anos que convivemos na pré-adolescência) que com certeza ajudou muito o nosso processo criativo.
Érica Falcão - Então... Eu e Binha (desculpa gente, mas às vezes chamo Débora assim... rsrsrs) nos conhecemos em Vilas do Atlântico, Lauro de Freitas, Bahia, na década de 80, quando eu tinha 10 anos e ela 11 anos. Naquela época, Vilas era um loteamento de casas onde a maioria dos moradores passava veraneio. Pensem naquelas férias de verão que você conta os meses para chegar? Pois é... A gente amava passar nossas férias juntas, curtindo o verão da Bahia ao lado dos nossos amigos.

2. Além da amizade, ainda compartilham o gosto pela leitura e escrita. Gostaríamos de saber como surgiu a ideia de vocês escreverem, juntas, uma trilogia. E como funciona esse processo de escrita?
Érica Falcão - Você acredita em destino? Pois acho que foi isso que aconteceu. Depois de alguns anos, reencontrei Débora em um evento e nos reaproximamos. Porém, só no final do ano de 2011, que surgiu a ideia de escrevermos junta nossa história de ficção fantástica a quatro mãos. E depois de muito papo, definimos que a nossa história seria sobre duas jovens amigas. Agora, como seria? Foi aí que veio a surpresa... Conta aí Binha... O que aconteceu com a gente enquanto viajávamos de férias...
Débora Knittel - Meu livro Margarida bem-me-quer fez parte de um projeto lindo com crianças de Educação Infantil. Foi quando reencontrei Quinha e fiquei surpresa com o desejo dela se tornar escritora e de escrevermos juntas. Estávamos de viagens marcadas com nossas famílias e decidimos pensar sobre a história para na volta decidirmos. Quando nos reencontramos nos surpreendemos com a inspiração que tivemos, em comum, enquanto voávamos acima das nuvens... Cada uma em um continente diferente... O que tornou o evento mais mágico. Então decidimos que as duas jovens e amigas, da nossa história, iriam conhecer os mundos, Angelical e Elemental. A partir daí foi pura inspiração e sinergia. Estudamos muito e criamos um método para escrevermos juntas em uma terceira voz.

3. Todos nós sabemos quão é difícil o escritor brasileiro conseguir um espaço nessa atmosfera literária, tanto por conta dos altos valores das editoras ou até mesmo da não aceitação como do receio e preconceito por parte dos próprios leitores. Ciente disso, em algum momento vocês puseram isso na balança e pensaram em não prosseguir com a ideia?
Débora Knittel - No processo criativo temos que no libertar dos pensamentos de certo e errado, de sucesso e fracasso... Temos que deixar fluir as ideias e a escrita, ampliar a imaginação que vai compondo, aos poucos, a história. A dedicação é imensa, ao ponto de às vezes só parar quando o corpo não aguenta mais... Mas nada supera a sensação de ver as cenas, os capítulos, a história... Finalizados. É indescritível.
Érica Falcão - Confesso que às vezes eu me perguntava: Será que vale a pena tanto esforço? E na mesma hora eu respondia: Claro que sim, Érica Falcão! Então eu começava a rir só de me lembrar do processo de criação com Binha. Gente, era muito divertido... Quem nos escutava trabalhando nas cenas poderia jurar que ali estavam duas adolescentes. Detalhe... Por eu falar no Skype com o fone de ouvido, meu marido dizia que eu compartilhava as cenas com todos os vizinhos do meu condomínio... rsrsrs.

4. Além de entreter com boas histórias na temática fantasia, a trilogia traz umas críticas sobre o meio-ambiente e a necessidade de reeducação. De fato, além do devaneio, qual mensagem vocês queriam passar nas entrelinhas aos leitores?
Débora Knittel - Tive uma infância inspirada pela natureza e a literatura, nas casas dos meus avós maternos e paternos. Escrevo sobre o amor das relações com o universo que nos rodeia. Minha maior inspiração é compartilhar esse amor e fico feliz que a nossa trilogia expresse, além da história fantástica das jovens Holly e Maiara, uma mensagem de amor aos seres e a natureza... Quem ama cuida.
Érica Falcão - Penso que ao colocarmos nossos personagens em situações adversas, conseguimos trazer para o leitor a reflexão sobre algumas questões importantes como: as escolhas que fazemos na vida, as consequências das nossas ações, cuidado e preservação do Planeta Terra e a amorosidade.

5. Agora falando sobre a história, existiu alguma cena em que foi muito difícil de ser criada ou algum personagem de difícil elaboração?
Érica Falcão - Nossa... Foram tantas cenas, né Binha? Mas sim... Houve algumas cenas que depois de semanas de reescrita, tivemos que descarta-las. Como assim? Vocês devem estar se perguntando... É gente, às vezes, as cenas depois de prontas, simplesmente, não fluíam como deveria ser.
Débora Knittel - Os desafios da escrita são além de escrever... Reescrever... Reescrever e ter que descartar o que não faz mais sentido para a trama. "Menos é mais" como dizia nosso coach literário. O importante foi que nos permitimos reescrever até ficarmos satisfeitas com a cena e com a história completa. Ah... Sobre os personagens... Sinto saudade de todos! Escrever as vozes deles foi um desafio e um presente, uma experiência incrível.
6. Todo autor se identifica com algum ou vários personagens de sua própria criação. Então nos revelem: Com quem vocês mais se identificam em questão de personalidade?
Débora Knittel - O que mais me fascina em dar voz a um personagem é poder expressar várias facetas de mim mesma, e das pessoas e personagens que fazem parte da minha história. Todo ser humano possui um pouquinho de cada traço positivo e negativo... Para mais ou para menos. As pessoas que convivem comigo diriam que a Maiara possui muito de mim, pela sensibilidade e a ligação com a natureza e o universo mágico. Ela é a personagem humana com quem mais me identifico e vivi intensamente a jornada dela, mas não tem como deixar de falar sobre a inquietação de Holly... A compaixão de Celino... A coragem de Kami... A indignação de Lavínia... A dor de Fascínio... E todos os sentimentos que ganharam vida na voz de cada personagem que fez parte dessa história e que fazem parte da minha própria voz.
Érica Falcão - Essa é um pouco difícil de escolher, pois na verdade todos os nossos personagens levaram um pouco da gente, dos nossos amigos e familiares. Agora se for para escolher apenas um, então eu digo que foi o anjo Lavínia. Apesar de ser uma vilã com atitudes impulsivas, ela se mostrou determinada em toda a sua jornada.

7. Existem vários autores que nos inspiram e que são referências para o nosso trabalho. Quais são os de vocês?
Débora Knittel - Como nós duas gostamos de literatura fantástica com certeza vamos repetir alguns autores... rsrsrs. Para o meu deleite tem os universos mágicos da literatura de J.K. Howling, C.S. Lewis, Lewis Carrol, Cornelia Funke, Julio Verne, Nora Roberts, Rick Riordan, A.G. Howard... A beleza da poesia e literatura de Bartolomeu Campos de Queirós, Cora Coralina, Manoel de Barros, Rubem Alves, Mario Quintana, Rainer Rilke, Beatrix Potter, Antoine de Saint-Exupéry... Os pensamentos de Carl Jung, Joseph Campbell, Amit Goswami... E a arte de tantos outros autores nacionais e internacionais que me comovem, ampliam meu mundo imaginário e inspiram as minhas histórias.
Érica Falcão - Sempre gostei de ler, porém nos últimos anos fiquei mais focada na literatura fantástica voltada para o público jovem. Autores como: Cassandra Clare, Rick Riordan, J.K. Howling, Alexandra Adornetto, Nora Roberts, A.G. Howard, Oliver Bowden, Veronica Roth, Gena Showalter, Becca Fitzpatrick, dentre outros, me inspiraram na hora de escolher o gênero literário para a minha escrita.

8. Qual o maior objetivo de vocês como escritoras?
Débora Knittel - Criar histórias que inspirem os leitores. Acredito no poder da expressão através da arte, seja ela qual for, como força motriz de transformação e evolução da humanidade.
Érica Falcão - Escrever muitas e muitas histórias para que os meus leitores se divirtam, viajando pelo universo imaginário da literatura fantástica.

9. Débora, sabemos que além da trilogia Eclipse da lua azul, você tem dois livros infanto-juvenis, e Érica, depois de ter escrito a trilogia, você me contou que está escrevendo uma história com a temática games/ficção científica (nem sei se eu poderia soltar isso, risos); então meninas, quais os novos projetos e o que podemos esperar por aí?
Débora Knittel - Ah... É uma alegria ver, agora com a trilogia completa, os cinco livros publicados e nas mãos dos leitores. Além de cuidar da divulgação deles vou confessar um segredo...rsrs... Estou me preparando para ilustrar minha próxima história de literatura infantil. Em paralelo, estou escrevendo uma história de ficção, como sempre inspirada pelo universo fantástico. Uma jornada para quem se encanta com astros, viagens marítimas, cidades perdidas e seres míticos... Juntos, vamos desvendar os segredos do tempo. Estou amando escrever essa história e não vejo a hora de compartilhar ela com vocês! Meu processo criativo leva vários meses, onde eu posso desfrutar de cada etapa da criação, mas os planos são para novos lançamentos em 2018. Acompanhem em minhas mídias sociais as novidades e conheçam um pouco do meu cantinho, onde escrevo e ilustro. Onde a magia acontece.
Érica Falcão - Fique tranquilo, pois eu compartilho quase todos os dias, as novidades sobre a minha nova história... rsrsrsrs... Sinto-me realizada por eu e Débora termos conseguido concluir a trilogia no prazo de três anos. Agora, estou dividida entre divulgar a trilogia “Eclipse da Lua Azul”, atuar na área de Tecnologia Educacional, colunista Cultura Teen & Geek da Revista Litoral Bahia e com a escrita do meu primeiro livro “solo”. Livro solo? Sim gente... Pensa em como estou feliz? Esse será o meu primeiro livro solo, voltado para o público que curti ficção científica. O que eu posso adiantar? A história que se passa no Brasil, conta a aventura fantástica de uma adolescente que adora games e de repente se vê envolvida com algo surreal. Só isso Érica Falcão? Leitores queridos, eu não posso dar spoiler... rsrsrsr... Vou deixar os detalhes para sua imaginação. Aguardem mais novidades sobre o meu novo livro e o calendário do seu lançamento em 2018.

10. Chegamos ao fim dessa gostosa entrevista. Quero dizer que foi um prazer imenso bater esse papo com vocês e conhecer mais sobre Débora Knittel e Érica Falcão, essas escritoras incríveis que só nos enchem de orgulho. Meninas, como desfecho, o que vocês têm a dizer às pessoas que desejam iniciar ou seguir a carreira de escritor?
Débora Knittel - Acredite em você e nos seus sonhos, conquiste-o com sabedoria, amor e fé. A perseverança é tão importante quanto a inspiração, mas no caminho não esqueça de se nutrir com o que ama. Estude, aperfeiçoe-se, conheça o mercado literário, crie, escreva e reescreva... Quantas vezes forem necessárias. Dê o melhor de si mesmo e o universo colocará em seu caminho pessoas e ferramentas necessárias para ajudá-lo. Quando acreditamos e nos dedicamos, somos capazes de realizar tudo que possamos imaginar.
Érica Falcão - Eu queria muito ser escritora e tinha consciência que a tarefa não seria fácil. Superei os obstáculos e segui em frente, acreditando no meu potencial. Então se você que deseja se tornar um escritor lembre-se de ter foco, estudo, determinação, esforço e perseverança na hora de criar sua história. Realizar um sonho e transformá-lo em realidade só é possível se você acreditar em si mesmo.
Débora e Érica, vocês são maravilhosas. Vocês, sempre, me recebem com maior atenção e carinho. Muito obrigado por essa aliança que estabelecemos e por essa entrevista. Sucesso nos próximos trabalhos e vamos remar... Abração.
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7 comentários:

  1. Patrick querido, foi maravilhos fazer essa entrevista. Seus posts são lindos!!! É uma alegria fazer parte da história do Corujando nos Livros. Vamos remar juntos!!! Grata pelo carinho. Sucesso e luz. Beijos <3

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  2. Olá, gostei muito da entrevista é bom conhecer mais sobre as autoras

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  3. Gostei bastante da entrevista, é sempre bom conhecer os autores. Beijos, Cah.

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  4. Esses livros sao tao lindos! Parabens as autoras, amei a entrevista, essa amizade longa prova mt coisa hahaha <3

    Bjs, Janini

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  5. Amo essas entrevistas, isso nos deixa mais conectados aos autores e assim podemos conhecer mais um pouquinho deles. Simplesmente amei.

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  6. Olá, tudo bom? (:
    Nossa, adorei a entrevista, conhecer mais dos autores sempre é bom e deixa a gente mais próximo deles. Pretendo conhecer a trilogia depois!!!
    Beijos, Yasmim.

    Blog: http://literarte.blog.br/

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  7. Adorei a entrevista, já quero conhecer a trilogia <3

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